O maior conjunto de pegadas destes animais em Portugal está espalhado pela zona do Cabo Espichel. São 614 pegadas do período Cretácico, com cerca de 129 milhões de anos.

As pegadas foram deixadas por dinossauros carnívoros (terópodes) e herbívoros (saurópodes e ornitópodes), de médias a grandes dimensões. Trata-se de um conjunto monumental de pegadas concentradas numa área pouco vasta, na zona do Cabo Espichel.

De acordo com o Centro Português de Geo-História e Pré-História (CPGP), as pegadas encontradas ocupam diferentes camadas no topo de uma formação geológica datada do período Cretácico Inferior.

Segundo a investigação, ter-se-ão formado em ambiente litoral frequentado por um número “elevado de dinossauros herbívoros, que, provavelmente, usavam este local como zona de passagem entre áreas de pastos e onde, possivelmente, seriam perseguidos por dinossauros carnívoros que os pretendiam caçar,” esclarece um comunicado da CPGP, em Janeiro deste ano.

“Este estudo enquadra-se no projeto de investigação denominado ‘Os Vertebrados do Barremiano do Cabo Espichel e o seu contexto Ibérico: implicações paleoambientais e paleogeográficas'”, que tem vindo a estudar esta região desde 1998 […]”, indica a mesma nota do CPGP.

Uma vasta equipa de paleontólogos e geólogos portugueses, espanhóis, franceses e brasileiros, liderada pelo paleontólogo Silvério Figueiredo, continuam debruçados sobre as pegadas que encontraram e calcula-se que, em breve, haverá mais novidades.

A investigação conta ainda com a colaboração do Instituto Politécnico de Tomar, do Centro de Geociências e do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e do Geopark Naturtejo Mundial da UNESCO.